quinta-feira, 7 de março de 2013

Produto

Olho-me atentamente no espelho,
E nem sei mais o que sou.
Crio uma imagem longe de tudo...
De tudo aquilo que sonhei um dia.

Isso agrada a todos, mas não a mim.
Todos os meus sonhos foram levados,
E agora o que me resta são somente os pesadelos.
Que nunca foram tão reais, tão ruins.

Mais uma vez olho-me no espelho,
E então pergunto o que sou.
Sou apenas mais um em meio a tantos.
Sou mais um produto,
que agora já não sofre mutações.

Perdido no tempo sem valor, sem razão.
Sem espaço, sem tempo para uma reflexão.
Eu sou mais um, mais um produto
Dessa fábrica de deformados,
Onde o pensar é visto como uma falha 
Na produção.

Andréa Mendonça

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