Deixa pro destino então

Queria poder falar de amor,
Mas que fosse de um amor verdadeiro
Daqueles que me fizesse falar olhando nos olhos...
Sem sentir medo.
Se eu dissesse ''Te amo''
Estaria enganando a mim mesmo.
Você me traz paz e me faz feliz,
Mas sei que ainda me sente distante
E se eu assim tão distante
Como posso te fazer o bem que quis?
Pequena, não posso me ver no espelho,
Já não sou aquilo que quis ser,
E já não sei o que me completa.
Saudade é sempre quem me devora
Talvez um dia, numa esquina qualquer
Eu possa te olhar...
E sei que será tarde para que eu me arrependa
Do adeus que te dou agora.
Verdade, eu sou uma boba por te deixar partir
Sem motivos...
E por isso não vou chorar;
Nem quero que você chore.
Só quero que entenda que preciso estar assim
Só...
Para que eu possa entender o que há em mim.
Se for amor, pequena, essa coisa de destino
Vai nos unir.
E se for passageiro...
Bem, eu sei que cedo ou tarde, simplesmente passará.
Deixa pro destino então, você me disse que ele saberá...
Deixa pro destino...é, deixa pra ele então.

Andréa Mendonça

Moça

Moça, já não sinto os seus sinais,
E isso vem me trazendo paz.
É, mas você sabe, moça...
Me conhece bem
E por isso também conhece
O que digo por dizer.
Ah, moça, sabe que ainda me tem?
Como eu queria poder te fazer bem
E esquecer que o que vivemos foi passado...
E esse passado que não fosse tão cruel
Que as lembranças dos seus beijos, moça
Não fosse o meu presente.
Que me faz tão tristonho assim...
Mansinho e todo o tempo destruidor
Causador da minha dor.

Andréa Mendonça

O que foi

Talvez saudade seja o que sinto.
E por mais que eu saiba que é passado,
Queria que você fosse o meu presente...
Não pode ser, eu sei,
Mas me ajuda a entender...
Porque olha, é isso, eu não entendo.
Não entendo porque te quero tanto
Quando você agiu de forma a acabar com
O que existia de bom em mim...
Se foi você quem acabou com os planos que criei,
Se foi você quem me colocou onde estou agora.
E agora onde estou?
Eu nem sei...
Queria dizer que não sinto mais a sua presença,
Que os versos que escrevo não falam de ti,
E mais que isso, queria poder dizer que não é saudade,
Que não é vontade, que não é desejo.
Mas a única coisa que posso ser fiel ao dizer,
É que ainda te vejo em cada canto,
Que te vejo em meus sonhos.
E te ter tão perto e ainda assim te sentir tão distante
É a maior razão do meu pranto.
Que me fez esquecer que preciso seguir
Sem que isso me torne menor...
Sabendo que quando te tive fui maior do que pensei,
Do que busquei ser, e do que serei um dia.

Andréa Mendonça

O L em evidência

Moça, você conhece o meu segredo,
E ainda assim não tenho medo.
Ah, e eu sei que disso não vai passar...
Escrevi-te sem jeito, porque ainda não sei
O que quero te dizer.
Talvez eu faça apenas um pedido
Que fique comigo, e que me ajude a pegar o ritmo
Que me espera,
Que nos espera lá fora...que nos espera...
Ah, espera lá fora..e a hora é agora.
Permita que eu também te ajude então.
Não quero sair do ritmo não.
Então segure a minha mão e vamos fugir
Do que nos cerca...
Ela, a escuridão.

Andréa Mendonça

Não me peças...

Não me peças que para ti eu escreva,
Pois não sei fingir o que sinto,
Tão pouco o que não existe em meu peito.

Não me peças que eu diga que te amo,
Se é sempre o amor quem me empobrece...
Se de amor meu peito não mais carece.

Não me peças que eu te explique essas palavras,
Pois elas são apenas escritas, e escritas nada expressam.
São palavras repetidas, vazias de quaisquer sentimentos.

Escritas apenas para que levem ao teu peito
As verdades que não consigo te falar.
Para que entendas que não te amor,
E que não pretendo te amar.

Andréa Mendonça