terça-feira, 25 de junho de 2013

Hei de lembrar

A vida é cheia de escolhas,
E no momento escolhi ficar sozinha.
Valorizar o silêncio que há muito
Não se fazia dentro de mim.
Cansada de tanta confusão interna
Que só me fizera sofrer.
Me levando a todo instante a nostalgias.
Quem diria que assim eu acabaria?
Tão sentimental, mas agora tão amarga...
Isso me traz estranhamento,
E tenho medo de acabar me isolando.
O que embora doloroso, sustenta,
E é base de toda a minha existência:
O amor.
Mas e essa dor? Não posso simplesmente
Fingir que ela vai passar
Quando sei que isso irá comigo por toda a vida.
Mesmo que em algum tempo ela seja esquecida,
Jamais poderá ser apagada de fato.
E assim
Me isolo,
Me sufoco,
Me abalo,
Me afasto,
Me distraio,
Mas as lembranças, são tão fortes...
E acabo sempre no dia em que te conheci,
No cuidado em que tive ao te observar,
No tropeço que levamos,
Nos breves olhares que trocamos,
Que falavam por nós...
Nos beijos que trocamos,
E até dos beijos que te dei...
Nos abraços longos e apertados que recebi
Sem ao menos pedir...
Nas palavras sinceras ditas ao teu ouvido,
No arrepio vivido com o toque de tuas mãos.
De tudo, do mais simples gesto teu...recordo muito bem.
E com ternura hei de lembrar por toda a vida,
Mesmo que agora eu te diga que não me feres mais
As lembranças.
Mesmo que delas eu fuja, e que elas não me façam mais chorar
Eu sei, hei de lembrar.

Andréa Mendonça


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